Facebook e Google ganham batalha sobre regras de direitos autorais na Europa

Empresas jornalísticas alegam que são prejudicadas com a disseminação indiscriminada de seus conteúdos pelas gigantes da tecnologia Essa é uma briga antiga. De um lado, estão as empresas jornalísticas, emissoras e gravadoras que querem controlar como seu conteúdo é disseminado pela internet e serem mais bem pagas por isso. Do outro, gigantes da tecnologia como Facebook e Google que argumentam levar internautas e receitas publicitárias para os meios de comunicação e os defensores da liberdade de expressão, que alegam que uma possível regulação da internet é perigosa e limita o acesso da população à informação.

O último capítulo dessa disputa ocorreu ontem (05/07) na Europa. Os dois lados fizeram uma campanha de lobby extremamente agressiva no Parlamento Europeu sobre um projeto que imporia algumas das leis de direitos autorais mais severas do mundo e exigiria que as empresas de tecnologia filtrassem todo o conteúdo não licenciado em suas plataformas e pagassem pelo seu uso.

O resultado foi uma rejeição da proposta. As empresas de tecnologia alegam que são plataformas imparciais e não podem ser responsabilizadas pelo conteúdo postado em suas páginas. “Tornar o conteúdo acessível na internet não o isenta de responsabilidade”, diz Eleonora Rosati, professora de direito na Universidade de Southampton na Inglaterra, que tem acompanhado o caso.

Depois de uma campanha intensa e de muito esforço, companhias de tecnologia, incluindo o Facebook, Google e Reddit, bem como os defensores de uma internet livre e sem regulamentações, conseguiram que o Parlamento Europeu recusasse a proposta de mudanças nas regras de direitos autorais.

Empresas jornalísticas como a alemã Axel Springer se frustraram diante da decisão. Elas alegam que plataformas como o YouTube o e Facebook ganham com publicidade em cima do material produzido por elas.

Por isso, as companhias de jornalismo têm procurado alguma brecha para aprimorar as leis de direitos autorais na Europa para, enfim, restringir como o seu conteúdo é distribuído. Os defensores do projeto alegam que ter leis de direitos autorais mais rígidas daria aos produtores de conteúdo mais influência sobre os gigantes da internet, como o Google. Há muito tempo que os jornalistas reclamam que essas empresas lucram com o trabalho dos outros.

Fonte: Época Negócios | Clipping por LDSOFT